Neve na Cordilheira dos Andes e Santiago

Já tinha visto neve caindo, neve na montanha, neve na cidade, em várias ocasiões diferentes. Mas hospedar na montanha, no inverno, era desafiador. Escolhi a Cordilheira dos Andes e depois de pesquisar decidi ficar em El Colorado, um lugarejo bem pequeno, que fica a 36km de Santiago e antes de Valle Nevado, o mais famoso. Fica pertinho de Farellones e de La Parva, que também eram boas opções. 


De Santiago até El Colorado são 40 curvas fechadas e de lá a Valle Nevado são mais 20 curvas. A distância é curta, mas demora quase 2h pra chegar.

Usei a internet da Airalo, um app para e-sim (virtual), muito simples de usar e tem internet para o mundo todo. Só precisa verificar se o celular é compatível com e-sim. Hoje a maioria dos celulares tem essa opção.

Funcionou perfeitamente durante toda a viagem. Comprei 15Gb por U$ 15,00, com desconto de indicação. Se clicar aqui, e comprar através do meu link, terá U$3 de desconto também. A quantidade de Gb deu e sobrou para os 8 dias de viagem. Até compartilhei com outra pessoa.

Data da viagem: 05 a 13/08/2023

Meu roteiro ficou assim:
Santiago - 1 noite e 1/2
El Colorado - 4 noites
Santiago - 2 noites

Saímos de Belo Horizonte (CNF) no voo da Latam as 20h40, com conexão em Guarulhos e de lá seguimos para Santiago. Chegamos as 3h05 da madruga. Fizemos a imigração, onde recebemos um papel que os brasileiros chamam de PDI - mas é uma "tarjeta unica migratoria" emitida pela "Policia de Investigaciones de Chile" (não pode perder, precisa devolver na saída do Chile). Depois o policial nos perguntou nossa profissão no Brasil e qual hotel iríamos ficar no Chile. 

Papel que recebemos da Policia de Imigração ao entrar no Chile

Preenchemos o formulário da alfândega SAG. Pode ser feito pelo celular, usando o QRcode que tem pra todo canto do aeroporto, mas naquele dia não estava funcionando. Fiz a caneta mesmo, num balcão perto da esteira das bagagens. É uma declaração/juramento que o passageiro não está entrando no Chile com produtos de origem animal ou vegetal.


Balcão para preencher o SAG - declaração da alfândega

Retiramos as bagagens e na saída entregamos esse formulário da SAG preenchido e assinado. 

Aeroporto de Santiago

O serviço de transfer "Vem Me Buscar", contratado online por CLP 42000 (em torno de R$ 250,00), o veículo privativo estava nos esperando no local combinado com uma placa com meu nome e nos levou ao hotel Diego de Velasquez que reservei para dormir até amanhecer e na noite seguinte. 

Por volta das 9h30 tomamos café no hotel, pegamos um uber (R$ 50,00) e em 30 minutos chegamos a Vinícola Cousiño Macul, que reservei previamente por CLP 18000, por pessoa, pelo próprio site. A vinícola fica bem perto de Santiago e é a mais antiga do Chile ainda nas mãos da mesma família, fundada em 1856. Foi muito boa a visita guiada, o lugar é lindo e cheio de história. Saímos de lá bem alegrinhos com as degustações e com a taça de brinde.



Degustação na chegada, antes do tour




Nessa sala mostra como eram engarrafados os vinhos na época do início da produção

São várias degustações ao longo da visita



Pegamos outro uber de volta e fomos ao Costanera Mall. Pegamos um cartão de turismo no balcão de atendimento logo na entrada do shopping. Tem descontos nas lojas.

Cartão de descontos do shopping

Na manhã seguinte, após o café, retiramos nosso carro na Econorent na Av. Providência, perto do hotel, que aluguei através da RentCars e recomendo. Outra pessoa do grupo foi até a região da Rua Pedro de Valdívia, onde ficam as casas de câmbio e trocamos reais por pesos chilenos. O valor é bom, mas no Wise estava mais vantajoso naqueles dias.

Colocamos as malas no carro e no caminho sentido El Colorado paramos em um grande supermercado Lider (um dos poucos lugares que não aceitou o cartão Wise, mas aceitou o Inter Global), onde fizemos umas compras para café da manhã, petiscos, vinhos e comidinhas para jantar pelos próximos 4 dias na montanha. Em El Colorado, Farellones, La Parva e Valle Nevado quase não tem comércio e o pequeno mercadinho que tem em El Colorado é muito caro. São poucos hotéis, poucos restaurantes e pouquíssimas lojas. Só tem loja de aluguel de equipamento na montanha. Lojas de lembrancinhas só tem em Farellones.

Seguimos viagem pelas curvas da cordilheira. Como não tinha neve na pista foi tranquilo, mas com muito cuidado e umas 2h depois chegamos até nosso prédio que ficava a 250m do teleférico principal de El Colorado. Que vista linda!

Ir de carro pra montanha realmente é perigoso, são 60 curvas bem fechadas até Valle Nevado. Tudo com aqueles penhascos ao lado. Mas se respeitar a velocidade 30km/h, sem pressa, com tranquilidade e usar as correntes nos pneus quando a sinalização indicar dá certo. Existem várias pessoas alugando as correntes no início da subida da montanha quando é necessário. 

Quando está nevando ou nevou recentemente, as correntes precisam ser colocadas no meio do caminho mais ou menos, assim que existe a possibilidade de derrapar devido ao gelo na pista. 

No inverno, aos fins de semana ou feriado, das 8 as 13h só é permitida a subida e a tarde só é permitida a descida. Tem policiamento.



Esta era a vista da nossa sala, parecia um quadro

Nos acomodamos, saímos pé para conhecer a região e almoçamos no restaurante La Rotonda, com vista para a neve. Os restaurantes são caros. Uma pizza média é em torno de R$ 100,00.

Restaurante La Rotonda

A sala do apartamento era toda envidraçada para apreciar as montanhas e a neve

Na manhã seguinte, primeiro dia de montanha, passamos numa lojinha de aluguel de equipamentos de ski e snowboard. Ela fica fora do centro de ski e é uma das poucas que não pertence a estação de ski, portanto mais barata. Alugamos por 2 dias e fomos conhecer Valle Nevado. 

Na estrada para Valle Nevado


Compramos os ingressos online na noite anterior e seria só retirar na bilheteria. Mas estava tudo lotado e desorganizado e até a retirada foi muito demorada. 

Para comprar ingressos, tanto em Valle Nevado, quanto em El Colorado e Farellones (pertencem a mesma empresa), é necessário comprar também um cartão numerado que será carregado com os produtos que escolher (tickets entrada, aulas, aluguel de equipamentos, etc). Esse cartão custa CHL5000 e você precisa dele para subir nas gôndolas e teleféricos. Ele pode ser recarregado no site ou nas bilheterias nos dias que estiver na montanha. Quem vai usar mais de um dia, só recarrega online e não fica nas filas.

Cartão de Farellones e El Colorado

Cartão de Valle Nevado


Filas na bilheteria do Valle Nevado para retiradas dos ingressos e cartão comprados online e para comprar na hora

Fila na passarela ao fundo é para entrar na gôndola para acessar a parte de cima da montanha

Diferente de El Colorado, em Valle Nevado só consegue brincar na neve, curtir o restaurante Bajo Zero no meio da montanha quem tem ticket para subir pela gôndola ou para ski. E são diversos tipos de tickets e de promoções. O ideal é seguir o Instagram oficial dos lugares, entrar no site da estação de ski para escolher o melhor ticket para cada pessoa. Pode ser só gôndola, com ski e aula, com aluguel dos equipamentos, múltiplos dias, enfim uma variedade de ingressos. Tente comprar com antecedência e chegue cedo, pois as filas são enormes. Sempre rola um desconto nas diferentes estações de ski pagando no VISA ou MasterCard, consulte nas redes sociais. Esse ano de 2023 a parceria do Valle Nevado era com a Mastercard, comprando com o cartão tinha até 55% de desconto. Tudo depende do tipo de ticket, quantidade de dias, data de utilização, quantas pessoas etc...E a parceria do El Colorado era com a VISA.

Dentro da gôndola para chegar a região do restaurante no meio da montanha mais ou menos

Achamos Valle Nevado muito cheio e confuso. O restaurante lotado, fila pra tudo. 

Restaurante Bajo Zero, um dos poucos no Valle Nevado 

Nos arriscamos no ski, mas achei muito difícil, até para colocar a bota e o ski é complicado. Foi um tombo atrás do outro. 

Prontas para a aventura



Bem que eu tentei, como no vídeo acima, mas foram muitos tombos como na foto abaixo.

Nesse tombo até derrubei a faixa de divisão das pistas

Voltamos para nosso apartamento a tardinha, quando fechou o Valle Nevado e ficamos curtindo a vista das montanhas, da nossa janela, com um por do sol lindo!

No segundo dia de montanha decidimos ficar em El Colorado mesmo. Lá só precisa de ingresso quem vai usar as cadeirinhas de subir a montanha. Quem não vai esquiar pode passear pela neve a pé a vontade sem pagar nada. Inclusive só um dos teleféricos, que chega ao restaurante no meio da montanha e pode subir quem não está com equipamentos. 

A maioria das pistas e teleféricos só leva esquiadores que descem a montanha esquiando. 

Depois de várias tentativas, tombos e risadas fomos almoçar no restaurante do Hotel El Parador, bem pertinho. Comida boa e cara, como todos os restaurantes da montanha.

Tentativas frustradas

Restaurante El Parador e Apartamentos El Colorado

Após o almoço fomos passear no teleférico sem os equipamentos, só para curtir e conhecer mesmo. 

Teleférico para acessar o restaurante e as pistas na parte mais alta da montanha


A vista é linda e chega ao restaurante El Mirador, onde paramos para um chocolate quente. 

Restaurante El Mirador - o acesso é só pelo teleférico

Parte externa do Restaurante El Mirador

Chocolate quente bem caro em torno de R$ 24,00 

Aqui que o pessoal do ski e snowboard para no meio da montanha para renovar as energias.




Voltamos, devolvemos nosso equipamento alugado e chegamos em casa. É tudo pertinho em El Colorado.

Nessa tarde o por do sol visto da nossa janela estava ainda mais lindo

A previsão para a noite era de muita neve e foi o que ocorreu. Na madrugada nevou muito e as ruas e telhados amanheceram branquinhos. 


Saímos de casa no terceiro dia e fomos passear nos arredores do prédio, mas logo a neblina tomou conta e não enxergávamos nada, tudo branco. 




Passamos a tarde toda só vendo a neve cair pela janela. 

A paisagem mudou completamente

Logo que acordamos, nos demos conta que era dia de descer a montanha e não tínhamos correntes para colocar nos pneus, pois quando subimos a estrada estava ótima, sem neve e sem gelo. Conversamos com alguns locais e nos disseram que para descer estava tranquilo, que só precisaria correntes para subir. E foi o que aconteceu. Vários carros parados na estrada, colocando as tais correntes para conseguir subir a montanha. Policiais na estrada orientavam e tentavam organizar o trânsito.

Vários carros parados colocando as correntes para conseguir subir a montanha

Paramos em Farellones para conhecer, que estava fechado. O parque fica numa parte mais baixa da montanha e esse ano nevou pouco, o parque só abriu por 15 dias e precisou fechar pela falta da neve.

Placa mostra os centros de ski

Lojinhas em Farellones

Pequeno comércio em Farellones

Paramos nas lojinhas e seguimos descendo a montanha até Santiago.


Pela estrada

Ao chegar, deixamos as malas no hotel e seguimos para devolver o carro. Santiago é melhor de metrô ou uber. O carro só atrapalha. O trânsito é caótico.

Fomos almoçar no Paseo de La Villa, em Providência. Parece um oásis no meio do fervedor do bairro. É uma pequena região de bares e lojas charmosos e aconchegantes que começa na Calle Magdalena perto do Costanera Center. 

Paseo de La Villa

De lá seguimos para o Costanera Center e passeamos um pouco. 

O Mall Costanera Center é lindo



Subimos até o Sky Costanera, com 300m de altura e vista 360º, pelo elevador que sobe de dentro do shopping, pagamos CLP 16000 por pessoa para curtir a linda vista de Santiago e da Cordilheira, além de ver o pôr do sol lá do alto. Incrível!

Na sexta a tardinha tem degustação de espumantes de brinde.

Vista do Sky Costanera

Olha eu sentada lá no vidro




Na manhã seguinte, após o delicioso café do Hotel ABBA Suites, pegamos o metrô Tobalaba e seguimos para o centro histórico de Santiago. 

Para usar o metrô ou ônibus precisa do cartão BIP. Ele pode ser recarregado e se for usar só metrô pode usado por mais de uma pessoa. É só colocar nele a quantidade de tickets que precisa. A Like Chile explica direitinho isso. 

Nosso city-tour contratado através da LCChile, por R$ 133,00 por pessoa, começou as 9h na Igreja São Francisco de Assis.

Igreja de São Francisco de Assis


Uma das poucas curvas que tem em Santiago


Esquina de Londres e Paris

Calle de Los Colores

Palacio de La Moneda

Passeamos pela região, ouvindo as explicações do guia, comemos empanadas, tomamos um sorvete em uma famosa sorveteria e finalizamos no Cerro Santa Lúcia. Em frente ao Cerro Santa Lucia fica o melhor lugar de Santiago para comprar lembrancinhas. Tem o melhor preço. É só atravessar por baixo da avenida, por dentro da estação do metrô e chegar na rua de novo, em uma galeria cheia de lojinhas.

Emporio La Rosa - Sorveteria está entre as 25 melhores do mundo


Cerro Santa Lucia

Voltamos de metrô até Las Condes, passeamos pelas ruas até o Parque Araucano e o requintado Shopping Parque Arauco. 
Parque Araucano

Shopping Parque Arauco



Almoçamos por lá e voltamos de Uber para nosso hotel.

Na frente do Shopping Parque Arauco a noite

Na manhã seguinte o transfer "Vem Me Buscar" estava na porta do hotel, pontualmente, para nos levar até o aeroporto. Como era um domingo o trajeto demorou só 25 minutos. Lembre de deixar aquele papel que recebeu na imigração, o PDI, junto com o passaporte ou documento, vai precisar de entregar.

Se voltaria? Quero muito conhecer Portillo e Laguna del Inca



















Nenhum comentário:

Postar um comentário