Marrocos

Sempre pesquisei sobre o Marrocos, até que encontrei ótimos amigos com os mesmos interesses, passagens a bom preço e muita vontade de conhecer os encantos do país de muitos filmes lindos, a começar pelo "cult" Casablanca. A princípio alugaríamos um carro e faríamos tudo por nossa conta, mas como éramos 8, precisava de 02 carros, 2 motoristas, estacionamentos... Pesquisando muito, fizemos a excelente escolha de contratar a Siroco Tour, que nos proporcionou uma viagem inesquecível e super bem organizada. Eles fizeram tudo: carro grande (van), com um motorista e um guia durante todo o tempo, reserva de hotéis (incríveis), guias locais onde necessário, toda a logística do deserto...enfim realizaram nosso sonho, a começar pelo roteiro, que nos ajudaram a decidir.

Data da viagem: novembro 2018 (temperatura muito agradável)

Roteiro:

Dia 1 Casablanca- Rabat

Dia 2 Rabat – Meknès - Fès

Dia 3 Fes

Dia 4 Fes – Azrou – Merzouga (dunas do Sahara)

Dia 5 Merzouga – Gargantas do Todra – Vale do Dades- Ouarzazate

Dia 6 Ouarzazate – Marraquexe

Dia 7 Marraquexe

Dia 8 Marraquexe - Casablanca

*
Marraquexe (português) ou Marrakech (Francês) ou Marrakesh (Inglês) ou 
مراكش (árabe)

Chegamos em Casablanca no
1º dia de viagem às 12:00h, mas só conseguimos sair do aeroporto as 15:00h. Eu nunca tinha entrado em um país com um aeroporto tão rigoroso. Acho que passamos por uns 04 raios-x, conferiram nosso passaporte umas 03 vezes, me colocaram num quartinho para fazer uma revista bem constrangedora e por fim pediram para abrir todas as nossas malas e revistaram tudo, até dentro dos sapatos, bolsinhos, casacos. Mas enfim, como não havia nada errado, consideramos que foi pela segurança do país e deixamos o aeroporto sem maiores problemas.

Aeroporto de Casablanca
Nosso guia estava nos esperando e explicou que era assim mesmo, que eles temem por um atentado por ser um país com 99% de muçulmanos.

Em Casablanca visitamos a maravilhosa mesquita de Hassan II, a única em Marrocos que é possível a visita por não muçulmanos, que inclusive tem guiada. O nosso guia nos mostrou os pontos mais emblemáticos da cidade, como o Rick's Café, do filme Casablanca. Na verdade foi recriado, só para o turismo, pois Casablanca foi quase todo filmado em um estúdio nos EUA.

Teto em madeira que se abre no verão - rico em detalhes

Vista da Mesquita Hassan II




Ligue o som: ouça o chamado para rezar, é feito 5x ao dia.

Seguimos para Rabat numa viagem de apenas 45 minutos e fomos direto para o hotel que ficava na dentro medina (cidade antiga cercada por muralhas). Nos hospedamos no * Riad Zyo, uma ótima escolha da agência de turismo. Fomos recebidos, como em quase todos os locais, com um chá, uma tradição Marroquina.

*Riad é um tipo de hotel/pousada, muito bem decorada e confortável, que se localiza dentro das medinas. É, sem dúvida, o melhor lugar de se hospedar em Marrocos. Não pelo luxo, mas pelo prazer de se hospedar em uma típica moradia antiga marroquina. Por fora, só uma bela porta para receber bem e por dentro se abre em uma incrível e aconchegante moradia, com pátio central, com fontes ou piscina num espaço rico em detalhes. O que os marroquinos dizem é que não se deve ostentar riqueza, por isso do lado de fora, não se vê nada do que tem por dentro.

Nosso quarto no Riad Zyo

Vista de cima do pátio do Riad


Entrada do Riad - só a porta


Chá tradicional de boas vindas
No 2º dia, após um café da manhã de muito charme, tivemos a oportunidade de desfrutar de Rabat, uma capital requintada e discreta, com suas belas cúpulas, minaretes, largas avenidas e espaços verdes. Rabat é uma cidade que cresceu no século XIV e XV, com a expulsão dos andaluzes da península ibérica. É circundada por três muralhas correspondentes às fases mais marcantes da sua história: a muralha almóada, a muralha andaluza e a muralha alauita. O guia nos mostrou as muralhas e os principais pontos da cidade, como a torre de Hassan, situada no topo de uma imponente mesquita, o opulento túmulo de Mohammed V, a Kasbah dos Oudaias entre muitos outros.
Nosso grupo na Kasbah dos Oudaias

Vista da Kasbah dos Oudaias

Túmulo de Mohammed V

Torre Hassan ao fundo da Mesquita Hassan inacabada desde 1199 com a morte do rei
Ao fim da manhã seguimos para Fès e pelo caminho paramos para conhecer a cidade imperial de Meknès e as ruínas romanas de Volubilis. Estas ruínas são um exemplo excepcionalmente bem preservado de uma grande cidade colonial romana. Volubilis marcava a fronteira do império a sul, e era o principal centro administrativo romano em África fora do Egito.

Encontramos nosso guia oficial local, que nos mostrou e explicou com detalhes, tudo daquela bela cidade.
Um dos portões de entrada da Medina de Meknès

Ruelas da medina de Meknès em um dia de feriado 

Em frente a mais bela porta de Meknès, segundo nosso guia local (de barba)

Dentro do celeiro de armazenamento de comida

Estábulo ao fundo do celeiro que comportava 12.000 cavalos pertencentes ao sultão

Brincadeira do guia com a foto do estábulo - eu em 3 lugares ao mesmo tempo
 

Ruínas romanas de Volubilis
Pelo fim da tarde, chegamos a Fès, seguimos para o nosso hotel, o encantador Riad Ahlam e também fomos recebidos com um chá. Compramos uns vinhos e nos divertimos no hotel mesmo.
Nosso quarto no Riad Ahlam
Nosso banheiro no Riad Ahlam


Vista do pátio central do Riad


Charme do café da manhã no Riad Ahlam
Após o delicioso café da manhã, no 3º dia, fomos nos encontrar com um guia local, que nos mostrou a cidade.
Fès foi a capital do Marrocos, e tem influências, andalusas, árabes, berberes e ainda judaicas. A cidade atingiu o seu auge no século XIII onde se tornou um pólo de conhecimento, tendo uma das mais antigas universidades do mundo.
A labiríntica medina de Fès tem mais de 9000 ruas e vielas, num ambiente mágico entre a luz e a sombra, e é considerada patrimônio mundial da UNESCO na sua integridade.
  

Com nosso guia local, na praça principal de Fes

Uma das belas portas de Fes - tudo sempre muito detalhado

Vista do mirante de Fes
A Medina de Fès é a mais imponente das medinas históricas do norte da África, com as suas ruas labirínticas e secretas, onde encontra o comércio tradicional e curtumes, onde o couro é ainda trabalhado de acordo com técnicas ancestrais. Visitamos os pontos de maior interesse cultural e histórico da cidade.

Curtume de Fès - cheiro horrível

Visita a uma cooperativa de cerâmica artesanal em Fès

Portão - vista externo da medina

Portão - vista interna da medina

Visita a um local de venda do artesanato em metal - tentam nos vender de tudo, mas é realmente muito lindo!
Ruelas da medina de Fès

Ruelas da medina de Fès

Almoçamos em um típico e delicioso restaurante, muito bem indicado pelo guia local.



Dentro do restaurante todo decorado

No início da noite voltamos para o Riad, encantados com aquela linda cidade.

No 4º dia, depois do café, seguimos para Merzouga, mas no caminho visitamos as mágicas florestas de cedros de Azrou e Ifran, Na viagem paramos em Ifran, um povoado situado entre o Grande Atlas e o Médio Atlas, uma localização excepcional para contemplar a exuberante paisagem das montanhas. Pelo caminho, foi possível avistar macacos. Passamos pelo enorme vale fértil do vale do Ziz, um dos maiores oásis do mundo, onde paramos para lanchar e petiscar as Tâmaras. 
Tâmaras

Vale do Ziz




Chegamos em Merzouga, e prontamente lá estavam os carros 4x4 para nos levar até os dromedários e seguimos pelo deserto, por cerca de 40 minutos, apreciando o espetáculo do por do sol, até chegar à tenda berbere, onde passamos a noite sob um manto de estrelas no céu. Ao chegarmos, ao nosso acampamento, Desert Camp Amanar, tomamos o tradicional chá, um banho quente (sim, tem banheiro, com chuveiro quente, privativo, dentro de cada tenda!) e fomos até a tenda principal para o jantar, servido em lindas louças. Como tínhamos comprado vinho em um supermercado (único lugar onde encontramos bebida alcoólica em todo o Marrocos), pudemos desfrutar de um momento único no deserto.

Berbere nos levando até o acampamento conduzindo os dromedários

Foto tradicional - não podia faltar

Mohamed, o guia dos dromedários, ainda faz a foto




Nossa tenda no deserto

Nosso acampamento

Após o jantar havia música tradicional ao vivo em volta de uma fogueira. Dançamos com os locais e nos divertimos muito. Depois chegou o absoluto silêncio do deserto e dormimos muito bem.
Noite divertida no deserto
Acordamos cedo no 5º dia para ver o sol nascer no deserto e dar o seu show novamente. 


Tomamos um delicioso café da manhã preparado pelos berberes e seguimos, dessa vez em carros 4x4, por escolha nossa, encontrar nosso guia e prosseguimos o tour pela "Rota dos Mil Kasbahs", até Kalaat Mgouna - A Cidade das Rosas.

Trocando a 4x4 por nossa van novamente
Visitamos as Gargantas de Todra, onde as falésias chegam aos 300m de altura, separadas por apenas 15m.
Uma paradinha em uma lojinha no meio do caminho e olha no que deu

Gargantas de Todra
Tapetes a venda pelos locais
Passamos pelo vale do Dades, que é um vale de deslumbrante beleza e interesse geológico. Este vale consegue ter montanhas áridas como o deserto, um vale fértil e onde se escutam os sons e odores da natureza, montanhas onde no inverno se avista neve, e diversos típicos Kasbahs, ancestrais povoações muralhadas.

Vale de Dades
E os locais se juntaram a nós na foto
Ao fim do dia chegamos em Ouarzazate, em um encantador alojamento, o Riad Dar Chamaa, com um suculento jantar a nossa espera, regado a mais vinhos.

O charme do nosso Riad



Depois do belo café da manhã do 6º dia, antes de seguimos para Marraquexe, visitamos Ouarzazate, uma cidade conhecida como as “Portas do Deserto”, pela sua localização entre as montanhas do Atlas e o Deserto do Saara. Visitamos um dos famosos estúdios de cinema que rodaram vários filmes históricos.


Paramos para visitar Ait Banhaddou, o local mais importante na rota dos 'Mil Kasbahs', classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO. É famoso por ter servido de cenário em muitos filmes de Hollywood, tais como: “A Múmia”, “O Gladiador” e “a Guerra dos Tronos”.

Alfabeto berbere

Travessia para a Kasbah

Artesanato local

Palmeira de tâmaras
Vista da Kasbah do outro lado do rio

Continuamos até Marraquexe onde chegamos ao princípio da tarde. 

Vista das montanhas do Atlas com neve

Descida das montanhas do Atlas

O nosso novo alojamento, o Riad Argan, era lindo, e o anfitrião, após servir o chá, nos explicou como ir e vir do riad, pois Marraquexe é um labirinto, fácil de se perder, mas nosso hotel era muito bem localizado.
Nosso quarto no Riad Argan



Em Marraquexe há surpresas a cada esquina, desde artistas tocando instrumentos originais ou tradicionais, todo o tipo de produtos, jardins recatados e mercados coloridos e aromáticos.
Terminamos o dia na fantástica praça Jamaa el Fna, onde a mistura de cheiros, musicas e espetáculos são inebriantes, e onde turistas e locais se fundem. Toda a cultura urbana marroquina está lá representada e podem encontrar-se músicos, dança do ventre, encantadores de serpentes e shows novos a cada noite.
Praça Jamaa el Fna

Mapinha que o proprietário do riad fez para nos mostrar onde ficava a famosa praça
No 7º dia, saímos cedo com nosso guia oficial local, excelente como todos os guias do tour, para conhecer a cidade vermelha de Marrocos e o centro cosmopolita do país. Apaixonamos por Marraquexe, pelos seus jardins, pelas suas raças, pelo seu souk, onde tudo se encontra. O aroma intenso das especiarias, a atmosfera colorida e exótica, os recantos e segredos da sua história e a sua surpreendente arquitetura fazem desta cidade a mais a visitada de Marrocos.

Começamos pelo Palácio Bahia, lindo palácio do século XIX, extravagante, construído para ser o melhor de Marraquexe. Este palácio tem um enorme jardim, um pátio central e várias salas incrivelmente decoradas com trabalhos de artesãos que vieram da cidade de Fez.
Palácio Bahia



Visitamos uma farmácia Berbere, ouvimos várias histórias curiosas que nosso guia contava e fomos conhecendo os cantos e encantos da cidade.





Fomos também a Mesquita da Koutoubia, sem dúvida o monumento mais famoso e mais fotografado de Marraquexe. A Mesquita Koutoubia foi construída no século XII e serviu de modelo para a Giralda de Sevilha e da Torre Hassan em Rabat.




Almoçamos em um restaurante lindo e delicioso, perto do nosso riad. O Naranj Restaurant.

E no fim da tarde nosso motorista nos levou aos Jardins Majorelle, o único jardim botânico de Marraquexe. Ele foi projetado pelo artista Jacques Majorelle e pertence a Yves Saint-Laurent e seu companheiro Bergé Pierre desde 1980, agora há um memorial dedicado a eles no jardim. Um maravilhoso lugar com flores e plantas exóticas de vários lugares do mundo.




A tardinha e a noite ainda voltamos ao Souk e a praça Jamaa el-Fna, para comprar uns artesanatos e lembranças. 




Pontualmente, no 8º dia, bem cedo, estava nosso carro e guia, nos esperando para levar ao aeroporto em Casablanca, que fica há umas 3 horas de Marraquexe. Chegamos com tempo de folga para os trâmites e revistas de embarque, que são muitos, mas não tantos quanto na chegada. Seguimos para Lisboa, que conto em outro post, onde ficamos por mais 4 noites.

Se voltaria? Acho que sim. Talvez para mais uma noite encantadora no Saara.






2 comentários:

  1. A melhor viagem da minha vidaaa!
    Tudo minuciosamente programado pela Tina. Que saudade!!!

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