Sonho realizado com sucesso, com o maior felino das Américas! Já seria incrível ver uma onça em seu habitat natural, imagina 8 delas!
Aproveitei para conhecer Nobres e a Chapada dos Guimarães.
Escolhi bem a data da viagem, 04 a 12 de setembro de 2025 e o local correto. Foi o certeiro para os avistamentos. Época seca.
Dividimos a hospedagem entre o início e final da transpantaneira. Como são diferentes locais, alguns animais são vistos com mais frequência em um ponto ou em outro.
Roteiro:04 a 06/09 - Poconé (início transpantaneira)
06 a 08/09 - Porto Jofre (final da transpantaneira)
08 a 11/09 - Nobres - Bom jardim
11 a 12/09 - Cuiabá
Saímos cedo no voo da Azul de BH para Cuiabá das 9h10. As 11h00 já desembarcamos e retiramos nosso carro na Movida do aeroporto.
Seguimos direto para pousada Piuval, numa viagem tranquila de 100km de boa rodovia e mais 14 km por estrada de chão.
Chegamos a tempo de almoçar e curtir a pousada que é linda, confortável e bem cuidada.
Já nos encantamos com a flora e fauna da pousada que fica bem no início da transpantaneira.
| Alguns habitantes da Pousada Piuval |
As pousadas no Pantanal são pensão completa, pois não tem restaurante ao longo da estrada. E nem posto de gasolina (importante). Junto com a estadia já está incluído alguns passeios.
Normalmente as pousadas são caras, preço de um resort, mas sempre estão lotadas de estrangeiros que valorizam mais nosso país que nós mesmos.
A noite fizemos um safari num caminhão da pousada, que já estava incluído na diária. Vimos veado, jacarés, lobo, curiango, garça, urutau, coelho. O guia foi ótimo e fica o tempo todo "caçando" com a lanterna para nos mostrar os bichos.
Voltamos a tempo do jantar.
No dia seguinte fizemos o safari ao alvorecer, também incluído na diária, as 5h30. Logo que começamos o passeio vimos um tamanduá bandeira, imponente, lindo, caminhou lentamente na frente do nosso caminhão parado e sumiu na mata. Vimos então mais 2 tamanduás bandeiras e o último tinha um filhote nas costas.
Vimos de mais perto o urutau, aquele pássaro que se camufla perfeitamente nos galhos secos.
Depois mais um veado, bem tranquilo, sozinho. Coitado, poderia virar papá de onça...
Vimos araras azuis no ninho, um buraco em uma árvore. E voando nos arredores.
Ainda encontramos o tuiuiú, ave símbolo do pantanal.
Voltamos felizes para o café delicioso da pousada. Na Piuval temos uma mesa reservada com nome do grupo durante todas as refeições, por todo o período de estadia. Achamos muito bom esse sistema, nunca precisamos sentar separados e sempre nosso lugar está lá, sem fila de espera.
A tarde decidimos fazer um tour guiado a pé pela mata. Foi muito agradável e vimos vários bichos, como macacos, araras, ninho com tuiuiús, além de aprender sobre a flora local.
Subimos em uma torre de observação e tivemos uma vista do pantanal bem de cima, bem linda. Era hora do sobrevoo das garças e curtimos muito aquele momento.
Na volta ainda vimos o belo por do sol e um grupo de capivaras com filhotinhos. Tinha também um tuiuiú num laguinho se refrescando.
Quando chegamos ainda fomos ao lago da pousada para ver os jacarés. A pousada tem muita capivara também, que ficam no jardim.
Na manhã seguinte, após o café, foi hora de despedir da acolhedora Piuval e seguir pela transpantaneira até o próximo destino.
Foram 140km de boa estrada de chão com mais de 120 pontes. Algumas de madeira, outras de concreto. São vários avistamentos no percurso, por isso é bem demorado. Paramos em alguns locais com milhares de jacarés. Vimos igarapés com centenas de garças. E vimos um ninho com 3 filhotes de Tuiuiú. A estrada estava cheia de ipês rosa.
| População gigante de jacarés ao longo da transpantaneira |
| E tinha arara azul também |
| Época da florada dos ipês rosa |
Chegamos só na hora do almoço na Pousada Berço Pantaneiro, que fica em Porto Jofre. Na pousada vive vários pássaros e macacos. Bem fofo.
Queria muito ter ficado no Hotel Porto Jofre, mas as reservas devem ser feitas com 2 anos de antecedência. Mas a pousada que ficamos também tinha a estrutura do barco safari do dia inteiro com almoço. Numa próxima oportunidade ficaria no Hotel Porto Jofre.
Após o almoço, saímos de carro para ver a região, já que a pousada nos orientou a não sair a pé, pois tinha muita onça naquela época. Vimos pássaros e cutia, mas a onça ainda não quis aparecer.
Voltamos para o jantar, uma cerveja e dormimos cedo. No dia seguinte seria nosso safari.
Após o café da manhã, no dia 07 de setembro (meu aniversário) fomos ao porto pegar nosso barco para começar a aventura no Parque Estadual Encontro das Águas. Cada barco é para um grupo que está viajando junto.
Nosso piloteiro conhecia bem a região e já nos levou num local onde vimos ariranhas. Vimos 3 delas brincando e nadando. Mergulhavam entre os igarapés e pertinho do barco. São muito lindinhas, mas muito bravas.
Continuamos apreciando o Rio Cuiabá e seus braços buscando pelo objetivo principal, ver uma onça.
Os piloteiros vão conversando pelo rádio e ajudando uns aos outros na busca pelo felino. E enquanto isso não acontecia, íamos vendo os pássaros, capivaras e inúmeros jacarés.
Um piloteiro avisou que tinha uma onça dormindo a beira do rio sob uma árvore. Era o Inka (sim, muitas onças são conhecidas, catalogadas e tem nome). Mas o Inka só queria dormir e foi meio decepcionante só ver o dorso dele.
Mas logo começaram as alegrias. Vimos a famosa onça Ousado que ainda usa a coleira da época que foi resgatado de um incêndio em 2020.
Em outro local vimos a onça Patrícia, linda, poderosa, caminhando pela margem do rio.
Vimos também a onça Marcela, nadando e atravessando de uma margem a outra, provavelmente tentando caçar. Inclusive vimos a caça dela a uma capivara, que conseguiu escapar por pouco.
Voltamos para ver a Patrícia e depois o Inka novamente.
Foi uma ida e volta pelo rio sem parar, só na parte da manhã.
Paramos um pouco numa sombra para almoçar. A pousada leva o almoço até um local combinado e avisado pelo rádio. Para ser sincera, foi mais ou menos, mas era o que menos importava no momento.
Depois do almoço decidimos que precisávamos de um "banheiro". Para mulheres é um pouco mais complicado, mas o guia disse que era um lugar seguro e poderíamos ir ali perto mesmo. Foi o que fizemos, nós 3 juntas. Fomos atrás de uma mata, mas perto do barco. Tudo certo! Logo em seguida o piloteiro recebeu um aviso que o Inka estava acordado e fomos para o local, que ficava pertinho do nosso "banheiro". Quase infartei com a notícia, quase viramos papá de onça. Mas o piloteiro insistiu em dizer que a onça não ataca gente...sei...
O Inka estava deitado olhando para o rio, bem lindão, imponente...e nos rendeu várias fotos.
Depois resolvemos seguir em outra direção e ainda avistamos a onça Donal, que o seguimos pela beira do rio até desaparecer.
Vimos mais uma onça bem preguiçosa, rolando na mata, que o piloteiro não soube identificar.
Fomos voltando para o porto e passeando naquele rio lindo, com as margens cheias de jacarés e várias aves. Vimos revoada de garças.
Paramos para ver uma praia cheia de gaivotas. E chegamos apreciando mais um por do sol no Pantanal.
Tomamos um banho e fomos jantar relembrando de cada avistamento do dia.
Na manhã seguinte, logo após o café, iniciamos o retorno pela transpantaneira. Logo nos primeiros quilômetros, numa ponte, nosso pneu furou. Não tinha outra solução, a não ser enfrentar a poeira e trocar.
Resolvido, seguimos viagem, vimos um jaboti na estrada, teiús...E não é que logo em seguida vimos uma onça tomando banho em uma pequena lagoa, que se forma perto das pontes. Acompanhamos até ela sumir na mata. Foi nossa 8ª onça da viagem. Que boa sorte!! (palavras de Letícia)
Continuamos até chegar em Poconé.
Fomos achar um borracheiro. Nada feito, o pneu não tinha como colar, precisava de um novo ou vulcanizar. Conseguimos um lugar para vulcanizar, mas seria demorado. Paciência, fazer o que? Fomos almoçar, tomar sorvete (calor de 38°). Conseguimos sair da cidade a tardinha e ainda precisava chegar no próximo destino. Mas deu certo, entramos em contato com a pousada e eles gentilmente nos aguardaram.
Com uma rodovia ótima, bem sinalizada a partir de Poconé, chegamos em Bom Jardim distrito de Nobres, a noite. Inclusive vimos uma grande queimada na estrada, o tempo estava bem seco e propício.
A pousada Rota das Águas é uma delícia e considerada boa pelo porte do distrito de onde partem os principais passeios da região. A pousada é agência também e reservou os passeios.
Nos indicaram um restaurante, o Lukinha's e fomos comer uma pizza.
Na manhã seguinte fomos tomar café com arara e papagaios que ficam no pé de caju da pousada.
Depois fomos fazer um dos bons passeios de lá, o Duto do Quebó. É um boia cross que desce pelo rio Quebó e passa por uma caverna cheia de morcegos. É um passeio tranquilo e engraçado que dura uns 40 minutos. O guia nos ajuda o tempo todo. Na volta um caminhão pau de arara busca as boias e nós vamos juntos na carroceria até o local do início do passeio.
Achei o passeio muito legal, mas a estrutura do lugar ainda é muito precária, nem banheiro tem direito. Temos que guardar as coisas no carro e ir só de roupa de banho. Eles oferecem capacete e o sapato emborrachado.
De lá fomos almoçar num local que chama Cyclo das Águas, natureza linda, comida gostosa. Tem local para nadar e é lotado de peixes, que o proprietário nos mostrou muito orgulhoso.
Voltamos para a pousada, descansamos e fomos até a Lagoa das Araras, que fica bem pertinho e compramos o ingresso na hora. O lugar é bonito, mas as araras ficam distantes, difícil de ver.
De novo fomos comer uma pizza no Lukinha's, um dos poucos restaurantes que tem em Bom Jardim. Delicioso e atendimento impecável.
Após o café gostoso da Pousada Rota das Águas, fomos fazer a flutuação no Rio Triste. Adoramos! O lugar é organizado, estruturado e limpo. Tem colete, sapatilha e snorkel. O passeio de 1200 metros é acompanhado do guia Camilo, que foi excelente. O rio é transparente e cheio de peixes. Foi fantástico! O acesso ao rio é fácil, tanto na ida quanto na volta.
Para o almoço fomos para o Balneário Estivado, um local com uma mata linda, um lago limpo e cheio de peixes. Mas como a maioria dos locais em Nobres, ainda precisa melhorar muito para receber bem os turistas. Os banheiros e a estrutura em geral deixam a desejar.
Estava tudo tranquilo, tomando cerveja, vimos vários macacos que tentam roubar comida. Até que pedimos a nossa comida e foi um desastre. Eles avançam mesmo, surgem de todo lugar. É engraçado até que acontece com a gente. Os macacos ficam do alto escolhendo a próxima vítima do ataque. Olha o vídeo abaixo.
Tivemos que entrar no refeitório do local para almoçar.
Voltamos para nossa tranquila pousada, relaxamos um pouco, e mais uma vez fomos para o Lukinha's. Eles nos permitia levar o vinho que havíamos comprado em Cuiabá.
Acordamos cedo para o café e para agilizar nossa partida para conhecer a Chapada dos Guimarães. Seriam 2h até o Parque Nacional e o calor estava muito forte. Antes de sair demos uma lavada no carro, estava impossível até de entrar.
Paramos no posto para abastecer e vimos uma menina com um Araçari resgatado ferido na estrada. Nunca tinha visto e se parece com o tucano.
Nossa primeira parada na chapada foi a Cachoeira Véu da Noiva. O estacionamento principal fica uns 800 metros do local de vista da cachoeira, mas idoso pode estacionar bem mais pertinho. Não tem aviso, é só pedir o responsável pela entrada que ele abre a cancela.
O lugar é lindo, com aquela formação rochosa única e bela. Tinha pouca água, pois é época de seca. No local tem restaurante e lojinha.
Nessa mesma parada é possível fazer uma trilha que dá acesso a várias outras cachoeiras.
Nessa mesma parada é possível fazer uma trilha que dá acesso a várias outras cachoeiras.
Nossa parada seguinte foi na cidade da Chapada dos Guimarães, uma pequena vila com 19 mil habitantes, muito bonitinha, com uma rua coberta cheia de restaurantes, artesanato local e pousadas.
| Chapada dos Guimarães - cidade |
Fomos então almoçar no Restaurante Atmã, com uma vista incrível da chapada e comida igualmente incrível.
De lá seguimos para o mirante do centro Geodésico da América do Sul, que em dias de céu limpo, se pode ver Cuiabá e fica a 30 km em linha reta da cidade. O local tem equidistância de 1600km do Pacífico e do Atlântico.
Seguimos então para Cuiabá, hotel Deville, pra encerrar com chave de ouro. Tomamos um banho e descemos para jantar, com uma música e comida maravilhosas.
Na manhã seguinte fomos a pé conhecer o centro geodésico que fica em uma praça e é simbolizado por um monumento. É uma polêmica onde realmente está o centro geodésico. Se é na chapada ou na cidade a 30 km.
| Ponto que representa o centro Geodésico |
Com o calor absurdo pegamos um Uber e fomos ao Shopping Estação. Passeamos um pouco e voltamos para o hotel, que gentilmente nos deu um "late checkout"até as 14h. Nosso voo seria as 16h.
Devolvemos o carro na Movida, que fica dentro do aeroporto e almoçamos em uma sala vip. Nosso embarque foi pontual e chegamos no início da noite em BH, já que temos fuso horário de 1h a mais que Cuiabá.
Se voltaria?
Com certeza, safari é incrível e ver a onça pintada no ambiente natural foi um sonho!








Nenhum comentário:
Postar um comentário