A Polônia com sua história rica e complexa. Que lugar!

A Polônia nos surpreendeu positivamente em todos os locais que visitamos. Por que demoramos tanto a conhecer? A história é muito triste, revoltante, mas o país superou e hoje tem uma qualidade de vida espetacular com elevado padrão.

Local mais triste da história da Polônia e mais cruel do mundo

Em abril de 2025, seguido de uma viagem a Albânia, que contei em outro post, fomos para a Polônia. Partimos de Tirana, pela Ryanair, num voo de 2h.


Data da viagem
: 26/04/2025 a 01/05/2025

Ficamos 2 noites em Varsóvia e 3 noites em Cracóvia.

Chegamos em Varsóvia por volta das 18h, pegamos um trem no aeroporto e já paramos perto do nosso hostel Level Rooms, bem localizado e fácil acesso a todo lado, alguns a pé. Nos acomodamos e fomos comer alguma coisa por perto.



Logo pela manhã, preparamos nosso café no hostel mesmo, com o que compramos na noite anterior e saímos para conhecer o belo centro histórico de Varsóvia.


Praça do Castelo

 Passamos pelo praça do Castelo onde fica o Castelo Real de Varsóvia.


Castelo Real de Varsóvia

Vimos a Coluna de Zygmunt (Sigismundo).  A Coluna, construída em 1644, é uma homenagem ao rei que fez de Varsóvia a capital nacional. Ela é algo bastante simbólico para a nação: dizem que, quando a espada de Sigismundo está erguida para o céu, o país está em paz e, quando toca o chão, é porque a Polônia vive seus piores dias. Aconteceu quando os nazistas a derrubaram fazendo com que a estátua se misturasse aos destroços dos prédios ao seu redor.


Olha o Sigismundo ai

Fomos a Catedral Basílica São João Batista,  percorremos as vielas antigas, com lojinhas e restaurantes.


Catedral São João Batista

Apreciamos a praça do Mercado com a escultura da sereia. Esta praça também é um grande marco da reconstrução da cidade. Os prédios que existem hoje foram completamente destruídos e, mais tarde, reerguidos para que Varsóvia voltasse a ser o que era antes da guerra.


Praça do Mercado e a escultura da Sereia

Centro histórico

Visitamos as muralhas de Varsóvia, Barbacã, construídas no século XV. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Barbacã foi destruída quase inteiramente por atentados nazistas. Anos depois, foi reconstruída usando os tijolos originais que puderam ser recuperados dos escombros.


Entrada para as Muralhas



Barbacã

No caminho tinha uns grupos de bailarinos se apresentando.


Fomos caminhando para a parte mais moderna da cidade, onde fica o elegante Palácio Presidencial e depois seguimos para ver o Túmulo do Soldado Desconhecido. Chegamos bem na hora da troca de guarda. O monumento fica no Saxon Garden, um parque com jardins belíssimos e bem cuidados, que no momento estava florido com as tulipas. Ele é aberto ao público desde 1727, antes mesmo do famoso Versailles da França.



Palácio Presidencial


Tûmulo do soldado desconhecido


E vimos a Academia de Ciências da Polônia, que tem logo na frente uma estátua de um dos inúmeros notáveis da Polônia, Nicolau Copérnico, que desenvolveu a teoria heliocêntrica do sistema solar.


Nicolau Copérnico

Fomos almoçar em uma cantina bem tradicional, o Zapiecek. Comida deliciosa, atendimento e decoração também.


Cantina Zapiecek 


Nas ruas de Varsóvia existem bancos, que quando acionado um botão existente toca músicas do seu compositor e pianista mais ilustre, Frederic Chopin.


Visitamos o museu Chopin, que é maravilhoso, moderno, interativo e bem organizado. Demos sorte de ter um concerto naquela tarde e assistimos aquela maravilha. E tinha uma exposição de esculturas de Chopin feitos por diferentes artistas.









Museu Chopin

Na volta paramos para experimentar o Pączek no Café 1869. Uma rosquinha recheada e com cobertura. Parece um pouco com um donuts.


Voltando para o hotel passamos pelos prédios bem modernos, dentre eles o Palácio da Cultura e Ciência, onde todo fim de tarde tem iluminação especial.




No dia seguinte nosso trem para Cracóvia era as 12h40 e nosso hotel ficava bem pertinho da estação, saímos cedo para conhecer o parque Łazienki, que é o maior parque de Varsóvia com 80 hectares no centro da cidade, que fica a margem direita do Rio Vístula, o mais longo da Polônia, com seus 1068km de extensão.







A estátua de Chopin no Parque Łazienki em Varsóvia é um monumento icônico dedicado ao famoso compositor e pianista polonês Fryderyk Chopin. A estátua representa Chopin sentado sob uma árvore, cuja copa é deslocada pelo vento, simbolizando a conexão do compositor com a natureza.



Buscamos nossas malas no hostel e fomos a pé até a estação para pegar o pendolino (o trem de alta velocidade) até Cracóvia.





Chegamos em Cracóvia as 15h e em 10 min já estávamos no nosso excelente Sky hotel que é bem na estação central, perto de tudo. 
Hotel Sky

Fizemos o check-in, deixamos as malas e passamos pelo Portão de São Floriano, para conhecer a Plac Szczepanski, praça principal de Cracóvia com 40mil m2 e onde ficam diversos prédios históricos, monumentos, restaurantes e lojas. Está localizada no centro histórico, que foi declarado Patrimônio da Humanidade em 1978 e está sempre cheio de atividades. 


Portão de São Floriano

Plac Szczepanski


Rua cheia de prédios históricos com lojas e restaurantes

Na basílica de Santa Maria Maior a cada hora, um toque de trombeta (Hejnał Mariacki) é tocado da torre mais alta, interrompido abruptamente em memória a um trompetista que foi morto ao alertar sobre um ataque mongol.


Passeamos pelo mercado de artesanatos com milhares de lojinhas de produtos típicos e souvenir.

Mercado

Vimos a escultura em bronze da cabeça deitada oca gigante. As pessoas se referem a ela como "A Cabeça". Representa Eros, o deus grego do amor e do desejo. 


Depois de um lanche fomos caminhando para outra parte da cidade, visitar o Castelo Real de Wawel, que fica na colina de mesmo nome e as margens do rio Vistula. É um complexo arquitetônico e símbolo da Polônia. Vimos a estátua do Papa João Paulo II, outro polonês ilustre. Tem um museu também, mas estava fechado.

Castelo Real de Wawel







Voltamos caminhando belas ruas arborizadas e margeando o parque Planty até chegar ao nosso hotel. Chegamos a noite e jantamos na estação de trem que tem um excelente shopping center. 

Parque Planty


Depois do café bem cedo fomos nos encontrar com o pessoal do tour que compramos pela Get Your Guide, para visitar Auschwitz. Como esquecemos de comprar os ingressos com antecedência, a única maneira de visitar seria com empresas de turismo que reservam ingressos. Mas foi uma ótima escolha. Não precisamos preocupar com nada e tínhamos um guia para explicações básicas. As informações detalhadas nós podemos ver nas placas (é bem sinalizado) ou pesquisar no ChatGPT. 

O lugar marcado para pegar o ônibus da excursão era bem pertinho do hotel. Depois de pouco mais de 1 hora de viagem chegamos em Auschwitz-Birkenau, que era Auschwitz II, onde visitamos o campo e o museu.

Os campos de concentração de Auschwitz foram o maior de todos criados pelo regime nazista. Nele havia três campos principais, de onde os prisioneiros eram distribuídos para trabalhos forçados e um deles também funcionou como campo de execuções. Para saber detalhes clica nessa página. A história é longa e triste, mas precisa ser explicada e conhecida.

Milhões de vidas arrancadas.
Milhões de histórias silenciadas. Cada item, uma lembrança. Cada parede, uma memória.
Auschwitz não é apenas história.
É um alerta.
É um compromisso: Nunca mais.
Que cada passo nesse lugar nos lembre do valor da paz e da dignidade humana.

Ao chegar ao local fomos direto para a bilheteria retirar nosso ingresso com hora marcada para o museu. Uma fila enorme, mas os ingressos já estavam reservados. Nosso horário seria só as 16h15.



Seguimos as instruções do guia e fomos ver primeiro a linha de trem que chegava a toda hora levando "como carga" os prisioneiros (judeus na maioria) de diversos países da Europa.

De lá o ônibus nos deixou na entrada principal dos armazéns onde eram os dormitórios, cozinhas, banheiros, locais de trabalho forçado e os armazéns Kanada que era onde tudo que chegava de valor com os prisioneiros era "guardado". Além dos armazéns tinha os locais de extermínio, forcas, câmara de gás, crematório, etc. Tudo isso era cercado de arame eletrificado e vigiado.

triste entrada de Auschwitz




Esses buracos eram os "vasos sanitários"

Local de execução

Banheiro

Cercas eletrificadas

O local é enorme, descampado e no meio do nada. Ficamos imaginando o inverno ali. 

De lá fomos a pé até uma lanchonete para o almoço e nos encontramos com o ônibus novamente que nos levou até a parte que hoje é um museu. 

Nesse local era a base do campo de concentração onde ficavam os encarregados, tinha laboratório de experiências científicas, moradia do pessoal dos cargos de chefia...mas também tinha câmara de gás e local de incineração.

No portal, está escrito “o trabalho liberta”

 
Local de fuzilamento





Local de incineração dos corpos



Hoje o museu tem o acervo de pertences roubados dos prisioneiros, tem um memorial com fotos das vítimas e diversas áreas que contam a história dos horrores que aconteceu de 1941 a 1945, quando foi descoberto e ocorreu a libertação de Auschwitz pelo exército vermelho soviético.




Pelo menos 1,2 milhões de pessoas, dentre eles 960.000 judeus, foram exterminados em Auschwitz.

Depois de uma visita enriquecedora e muito triste voltamos para Cracóvia.

Chegamos a noitinha e nosso caminho para o hotel passava pela praça da estação central, a
Kraków Główny. Simplesmente tinha um cinema ao ar livre lotado e bem legal.


No dia seguinte, pegamos um trem rumo ao a mina de sal Wielicska. Ficava a uns 40 minutos (14km) do nosso hotel. Bem fácil de chegar. Compramos os ingressos online e chegamos antes de abrir.


Entrada da Mina de Sal Wielicska

A visita guiada começa descendo os 300 degraus da mina. Depois aparecem as primeiras esculturas em sal feitas pelos mineiros que trabalhavam no local.




O ponto alto da visita é a capela de Santa Kinga, no salão principal. Todas as paredes e altares são esculpidas em sal e até os lustres são em pepitas de sal.

 

E ainda tem vários salões com esculturas e um salão com um lago salino cercado de paredões de sal. 


O tour dura aproximadamente 2h30, desce 135m de profundidade e mais de 3km. A temperatura dentro da mina sempre á em torno de 17º e 18º. Para subir tem os elevadores de madeira (um pouco estranhos) mas sobem os 135m em 40 segundos.


Na volta da mina passamos pelo bairro judeu de Cracóvia, atravessamos a ponte do Padre Bernatek que é metálica em forma de arco e tem esculturas suspensas de acrobatas. É para pedestres e ciclistas e atravessa o rio Vístula.



Passamos pela praça das cadeiras vazias (Praça dos Heróis Judeus), que foi construída em homenagem às vitimas do Holocausto e cada cadeira representa 100mil judeus mortos.



De lá conhecemos a Igreja de Santo André no centro histórico.


Passeamos mais um pouco pelo centro histórico.



Fomos ainda ver o dragão de Wawel, que é uma estátua localizada na base da Colina de Wawel, perto da caverna onde a lenda diz que o dragão morava. A atração cospe fogo a cada poucos minutos e diverte a criançada.

 


Como era um feriado, tinha uma feirinha a beira do rio Vístula. Passeamos por lá e logo chegou a hora do nosso voo para o destino seguinte. Fomos a Paris mais uma vez.



Aeroporto de Cracóvia



Se voltaria? A Polônia ainda tem muita cidade interessante, voltaria sim.










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